segunda-feira, 16 de julho de 2007

ORA JOÃO...!

Ao meu avô João Miguel Martins da Cruz

, tudo isso como um castanheiro

de saudáveis folhas

contra um céu de inverno.

E eu fui para um passeio, eu me conheço...

E era um dia de inverno - durante os invernos dos dias -,

rigoroso, em que com ele entrou uma pessoa.

“Certamente...”, eu pensei lá,

“... este chão me aqueceria e embalaria meu sono

e poria tudo diante de mim,

e faria com que me sentisse seguro e aquecido.”

Mas lá se foi ele de mim, durante esse dia,

um dia de inverno rigoroso.

Ele me disse que havia sonhado que eu estava em pé

bem no centro de uma igreja de sonhos.

Mas, para isto é que fui para a rua e me ajoelhei.

E ainda assim ele parecia me ninar,

e me tocava com o joelho,

como quem faz uma pergunta durante uma oração.

Mas nada se alterava,

nenhum pastor com seu discurso direto do chão para o topo,

nenhuma língua de fogo sobre nossas cabeças,

e olha que eles sabem sobre tudo: rezas, fogos, chão e topo...

Ele sabe, eu sei, que, como ele agora,

eu serei sonho do sonho um dia,

em outros invernos,

distante talvez (?).

Para ele, isto do dia e tal, também chegará.

Mas, será que tudo - como as folhas - estará realmente marrom,

que o céu é, verdadeiramente, cinza

e que eu fui para um passeio e era um dia de inverno,

que há alguma verdade nisto, enfim?

Uma pessoa poderia sonhar

- sonhar durante os invernos um inverno - o sonho de

um dia que surgisse como interrupção deste caminho,

tudo isso como um castanheiro de saudáveis folhas

contra um céu de inverno.

Se eu não tivesse falado com ele,

se eu não tivesse falado com ninguém

num dia longo de inverno,

eu poderia estar hoje longe, muito longe...

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