segunda-feira, 16 de julho de 2007

... O TEMPO, SÓ?

Toda carta pode dizer dos golpes que recebemos nas estradas,

toda fotografia pode mostrar, nas coisas de luz,

como todo este amor poderia ser dado

(que ao final é o que importa).
Toda pessoa pode dizer (num sussurro) do vendaval,

da chuva, se dorme de dia

ou se a noite permanece em seu coração.

Mas quem é capaz de dizer (mesmo que aos gritos)

para onde vai a estrada ou as marés do dia;

ou por quem o coração (que a tarde não cura)

chora se se morre de amor?

E quantas fotografias (emolduradas)

poderiam mostrar as borboletas

carmim dos suspiros vestidos de sombras?

E quantas cartas podem dizer do amor no coração

de quem o escolheu e de como ele o cultiva?

Durante a noite do coração só cartas,

fotografias e falenas podem dizer

das marés do dia áspero.

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